Portugal
“Não há fome, nunca houve e ninguém morreu de fome em Gaza”: embaixador de Israel em Portugal
“Não há fome, nunca houve e ninguém morreu de fome em Gaza”: embaixador de Israel em Portugal
O embaixador de Israel em Portugal, Oren Rozenblat, rejeitou com veemência o recente relatório das Nações Unidas que declarava oficialmente a existência de fome na Faixa de Gaza — tratando-se da primeira vez que tal ocorre no Médio Oriente — e os dados que apontam mortes por desnutrição no território.
Em entrevista à SIC Notícias, o diplomata afirmou categoricamente:
“Não há fome, nunca houve fome e ninguém morreu de fome em Gaza. Podemos ver crianças magras, mas é porque são doentes graves.”
Rozenblat justificou que Israel não possui responsabilidade direta em prestar ajuda humanitária, mas sim em permitir a sua entrada no território, citando o Direito Internacional Humanitário. Adicionalmente, reforçou que Israel já age por motivações éticas e não por obrigação legal:
“Esta é a primeira guerra no mundo em que um lado precisa de ajudar o outro com comida. Nós fizemo-lo pela nossa ética, não pela Lei Internacional Humanitária.”
Repercussões internas em Portugal
As declarações de Rozenblat não passaram despercebidas e geraram reações críticas dentro da comunidade israelita em Portugal. Um grupo de figuras culturais e académicas israelitas — entre as quais o cineasta Avi Mograbi, a curadora Avital Barak e a historiadora Adva Selzer — publicou uma carta aberta condenando as declarações como “uma vergonhosa campanha de negação” que põe em risco tanto palestinianos como judeus.
Em suma, as declarações do embaixador Oren Rozenblat desafiam diretamente os alertas feitos por organismos internacionais sobre a gravidade da situação em Gaza. A controvérsia resultante evidencia tanto uma profunda divisão na narrativa diplomática oficial de Israel quanto uma crescente tensão dentro da comunidade israelita em Portugal.
