Portugal

Lisboa passou a ocupar o pódio de aluguel mais caro da Europa

Publicado dia 06/02/2024 às 01h25min
Por que explodiu a procura por imóveis em Portugal

Com a população caminhando sobre a inexorável trilha do envelhecimento, as engrenagens da economia produzindo novas vagas e escassez local de mão de obra qualificada, Portugal pôs-se a flexibilizar regras para incentivar o afluxo de imigrantes. E eles vieram aos montes: atualmente são quase 800 000 residindo oficialmente no país, segundo o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Sem precedentes, o número é encabeçado por brasileiros e ingleses, que começaram a maciçamente aportar na paisagem na última década, atraídos pelo bom padrão dos serviços a preços mais razoáveis do que no restante da Europa, tudo sob um clima ameno e propício a uma vida rica em cultura e adoçadas iguarias. Pois essa equação, que encantou tantos forasteiros, já não é mais a mesma.

Afinal, os recém-chegados precisavam de um teto para morar, e a procura disparou num ritmo nem de longe acompanhado pelo vagaroso avanço de novos imóveis, desencadeando uma espiral de alta de preços como nunca se viu.

E eis que, em meio a cidades europeias sabidamente muito caras, como Paris e Amsterdã, a capital Lisboa bateu pela primeira vez um recorde nas cifras do aluguel: em nenhum outro canto do Velho Continente elas estão tão salgadas — em média, 2 500 euros mensais, o equivalente a 13 000 reais, 50% mais do que cinco anos atrás, de acordo com levantamento da multinacional HousingAnywhere. Enquanto isso, as cifras dobraram para a compra, a ponto de os lisboetas empunharem um troféu que ninguém quer: o de vice-campeões em apartamentos e casas exorbitante perdendo apenas para a Cidade Luz e superando Milão. Na clientela de todas as nacionalidades, aliás, os brasileiros formam o mais expressivo contingente dos interessados em arrematar imóveis, seguidos de chineses que miram investir. “A intensa chegada de imigrantes foi um fator decisivo para essa inacreditável inflação no setor imobiliário português”, diz Vitor de Piere, especialista em relações internacionais e em turismo.

Diante dos valores ascendentes, muita gente tem caçado oportunidades nas cercanias dos maiores centros urbanos ou em cidades menores e mais distantes.

Fonte: Redação