Política

Como será a nova unidade de fiscalização de imigrantes em Portugal

Publicado dia 25/08/2025 às 09h18min
Como será a nova unidade de fiscalização de imigrantes em Portugal

A criação da UNEF surge após a extinção, em outubro de 2023, do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). Suas funções foram distribuídas entre a PSP, GNR, PJ e a recém-criada AIMA, que assumiu os processos administrativos de imigração.

Devido a atrasos e ineficácia no controle migratório, especialmente na execução de expulsões, o governo aprovou em julho de 2025 a criação da UNEF na estrutura da PSP — atribuídas a Rossi Montando, com apoio legislativo da coligação de direita e do Chega.

A medida foi promulgada pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa em julho, devendo entrar em vigor cerca de 30 dias após publicação em Diário da República.

Principais funções da UNEF
- De acordo com o DN Brasil, a UNEF contará com cargos e atribuições específicas:

- Fiscalizar fronteiras aeroportuárias e circulação de pessoas nesses pontos;

- Verificar permanência de estrangeiros dentro da jurisdição da PSP;

- Instruir e gerir processos de afastamento coercivo, expulsão, readmissão, retorno voluntário e contraordenações;

- Emitir vistos diretamente nas fronteiras;

- Executar decisões administrativas e judiciais de expulsão via aérea;

- Promover operações conjuntas com serviços de segurança nacionais e estrangeiros;

- Gerir centros de acolhimento temporário para imigrantes.

Diferença entre UNEF e AIMA
A AIMA permanece responsável pelos trâmites administrativos, como vistos, autorizações de residência e processamento de asilo.

A UNEF representa o braço operacional e de fiscalização, com foco em fronteiras, detenção de imigrantes irregulares e execução de retornos.

Impactos para os imigrantes
- A Casa do Brasil em Lisboa criticou fortemente a medida, argumentando que a imigração não pode ser tratada como problema de segurança pública, e advertindo para riscos de vigilância, abordagens arbitrárias e criminalização.

- Comunidades imigrantes relatam preocupação com "blitz" nas ruas, detenção de imigrantes em situação pendente de regularização e dificuldades de provar sua situação jurídica, sobretudo devido a atrasos históricos na AIMA.

- As alterações legislativas também restringem a reagrupação familiar, exigindo comprovativos mais rigorosos de vínculo e renda, além de priorizarem vistos de trabalho apenas para altamente qualificados.

Justificativa do Governo
A ministra da Administração Interna, Maria Lúcia Amaral, defende que “não há segurança sem controlo de fronteiras” e que a criação da UNEF é uma resposta política ao dever de proteger quem está em território nacional.

O ministério reforça que o objetivo é garantir eficiência, uniformidade e cumprimento das normas, superando falhas deixadas pela extinção do SEF.

Medidas incluem investimento em tecnologia biométrica, modernização das fronteiras e contratação de mediadores culturais para promover integração.
 

Fonte: Redação