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Chuveiro elétrico foi inventado por brasileiro nos anos 1930 para cuidar de pai doente

Publicado dia 10/08/2025 às 19h19min
Chuveiro elétrico foi inventado por brasileiro nos anos 1930 para cuidar de pai doente


A combinação de eletricidade, água e pessoas descalças pode parecer perigosa, mas essa é uma cena que se repete diariamente na maioria das casas brasileiras sempre que um chuveiro elétrico é ligado.

Aparelhos que lembram os chuveiros atuais já existiam no Egito e na Grécia Antiga, mas o equipamento elétrico, como conhecemos hoje, foi inventado apenas por volta dos anos 1930, pelo brasileiro Francisco Canhos, morador de Jaú, no interior de SP. Na época, ele tinha pouco menos de 20 anos.

A ideia de combinar água e eletricidade para produzir banhos quentes surgiu na oficina da casa de Francisco Canhos, que já era conhecido por suas invenções, apesar de não ter formação acadêmica, segundo a família.

Em entrevista, Heraldo Leonell, genro de Francisco Canhos, com quem trabalhou por muitos anos, lembra que o sogro contava ter criado o aparelho inicialmente para cuidar do pai, que sofria de uma doença reumática e precisava de banhos quentes com frequência.

"Já tinham inventado primeiro o ferro elétrico. Não era automático, mas existia. Foi daí que ele foi bolando as coisas. Ele desmontou o ferro para ver como esquentava e descobriu que tinha a resistência dentro. Aí, ele punha a resistência dentro do cano e ligava. Às vezes, a resistência queimava, porque, se você deixar, ela não refrigera e queima. Foi tudo testando", completa o genro.

Perda da patente
A família conta que, atualmente, a patente do chuveiro elétrico automático já não pertence a eles. Por um descuido, a patente venceu e, anos depois, foi comprada pela empresa italiana Lorenzetti, que, assim como outras fabricantes, passou a produzir chuveiros automáticos inspirados no modelo desenvolvido por Canhos.

"Parece que ele tinha um funcionário que saiu da empresa, já sabia como era o funcionamento, foi embora para São Paulo e foi trabalhar na Fame, que começou a fazer o chuveiro também. A patente venceu, não renovou, perdeu", lembra o genro.

A fábrica seguiu em atividade até 2019, com uma sede também em São José do Rio Preto (SP), que foi arrendada por uma das filhas de Francisco Canhos. Ele morreu em Jaú, no dia 27 de maio de 1988.

Fonte: G1.