Lisboa — A cada dia, mais de sete pessoas são impedidas de entrar em Portugal, segundo dados recentes do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF). As recusas de entrada acontecem, principalmente, nos aeroportos de Lisboa, Porto e Faro, e atingem em grande parte cidadãos de países lusófonos — especialmente do Brasil.

De acordo com números oficiais, apenas nos primeiros seis meses deste ano, mais de 1.300 viajantes foram barrados ao desembarcar em território português, por motivos que vão desde falta de comprovação de meios de subsistência até problemas com documentação ou suspeitas de falsas intenções migratórias.

Brasileiros continuam entre os mais afetados
O Brasil segue no topo da lista de nacionalidades com mais recusas. Apesar da isenção de visto para turismo de até 90 dias, muitos viajantes são retidos em salas do SEF e acabam deportados após longas horas de espera. Casos de estudantes, turistas e até profissionais convidados para eventos têm gerado críticas e mobilizado entidades de apoio a imigrantes.

“Há uma percepção de tratamento desigual e, muitas vezes, desrespeitoso. Pessoas que vêm com todos os documentos em ordem acabam sendo questionadas de forma excessiva”, comenta [inserir nome de fonte, como um advogado de imigração ou ativista de direitos humanos].

Autoridades justificam com medidas de segurança
O SEF alega que as recusas seguem padrões estabelecidos pelo Código de Fronteiras Schengen, que permite negar a entrada de qualquer estrangeiro que não consiga comprovar o objetivo e as condições de estadia. Em nota, o órgão destacou que “as decisões de recusa são tomadas caso a caso, com base em critérios objetivos e dentro da legalidade europeia”.

Impacto humano e diplomático
Para além das estatísticas, os relatos de quem é barrado revelam o lado humano do problema. Muitos descrevem sensação de humilhação, falta de informações claras e dificuldade de comunicação. A situação também vem sendo acompanhada por representações diplomáticas e organizações da sociedade civil, que pedem maior transparência nos procedimentos.