Mais de dois mil cidadãos brasileiros receberam auxílio do governo e de entidades de apoio à comunidade migrante para retornar do território português ao Brasil nos últimos anos. O número reflete a crescente procura por programas de repatriação voluntária, que ganharam destaque principalmente após a pandemia da Covid-19 e o agravamento das dificuldades econômicas enfrentadas por imigrantes.

Segundo dados oficiais e de associações que atuam junto à diáspora, muitos dos repatriados buscaram ajuda por falta de condições de se manter em Portugal, diante de custos elevados de habitação, desafios de regularização e dificuldade de inserção no mercado de trabalho.

O Programa de Apoio ao Retorno Voluntário e à Reintegração, gerido pelo governo português em parceria com a Organização Internacional para as Migrações (OIM), é um dos principais mecanismos utilizados. Ele oferece passagens aéreas, apoio logístico e, em alguns casos, auxílio financeiro para que os migrantes possam recomeçar a vida no país de origem.

Além do programa oficial, o Consulado-Geral do Brasil em Lisboa e outras representações diplomáticas prestaram suporte direto a cidadãos em situação de vulnerabilidade. Organizações da sociedade civil também desempenharam papel fundamental, orientando famílias que decidiram regressar.

Apesar do elevado número de retornos, especialistas destacam que a comunidade brasileira em Portugal segue em expansão, consolidando-se como a maior comunidade estrangeira no país. Estima-se que mais de 400 mil brasileiros residam atualmente em território português, atraídos por laços históricos, idioma comum e oportunidades acadêmicas e profissionais.

Enquanto alguns optam por regressar, outros continuam a apostar em construir uma nova vida em Portugal. O movimento de ida e volta mostra que a migração é um processo dinâmico, marcado por sonhos, desafios e pela busca constante de melhores condições de vida.